quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O ESPÍRITO SANTO - JOÃO 16:7-15

João 16: 7 Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Ajudador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. 8 E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: 9 do pecado, porque não creem em mim; 10 da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, 11 e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. 12 Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora. 13 Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras. 14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. 15 Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, vo-lo anunciará.

7 Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Ajudador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei.

No propósito de Deus chegara o tempo de enviar o Espírito Santo. Matthew Henry diz que "enviar o Espírito Santo seria fruto da morte de Cristo". John Owen diz que "depois que Cristo completou a Sua obra de redenção, e retronou ao céu, a tarefa de levar adiante e completar a obra de salvação foi assumida pelo Espírito Santo" (O Espírito Santo, cap.7). Jesus sabia disso. A Sua obra já estava consumada (João 19:28-30). Agora era o momento da ação do Espírito Santo sobre a Igreja que iniciava, mas fundamentada em Cristo. Ele já havia dito: "E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco" (João 14:16).

João fala de outro. Não outro diferente, mas outro da mesma espécie, da mesma essência. O Espírito Santo veio para ser o Ajudador que Cristo foi quando em Seu ministério e convivência com seus discípulos. A presença e ação do Espírito Santo era tão essencial, quanto essencial foi a presença e ação de Cristo. Porém o Jesus estava limitado pelo humano, mas o Espírito Santo não tem tal limitação: “[...] mas vós O conheceis, pois Ele habita convosco, e estará em vós”.

8 E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: 9 do pecado, porque não creem em mim; 10 da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, 11 e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.

O homem naturalmente tem sua consciência cauterizada pelo pecado, ou deliberadamente ignora o pecado (Romanos 1:21; Efésios 4:18). O Espírito Santo age no coração tanto para reprovar quanto convencer de pecado. A ação do Espírito Santo no coração do pecador o faz consciente de que ofende a Deus com o seu pecado (1ª Coríntios 14:24).

O padrão de justiça do mundo também é errado. A nossa referência de justiça é horizontal, ou seja, nosso padrão é medido por aqui mesmo, não há uma referência maior (sou pecador, mas menos que fulano; sou ruim, mas menos que beltrano; meu coração não é tão mau quanto do sicrano). O Espírito Santo convence o pecador de que a justiça de Deus é perfeita, isenta de manchas e parcialidade (Romanos 3:21-23). É esta justiça que deve ser o ponto central de referência. Sem ela não há justiça! “O resgate foi aceito e consumada a justiça pela qual os crentes seriam justificados” escreveu Mattew Henry. A verdadeira justiça mostra quão pecador somos, e como ofendemos à Deus com nosso pecado. Também revela a incapacidade humana de espiar [os próprios] pecados. O Espírito Santo torna claro isso no coração do pecador.

O juízo de Deus por causa do pecado caiu todo sobre Cristo, era o cálice que bebera (Mateus 26:39-42; Marcos 14:36; Lucas 22:42). Portanto o Espírito Santo convence de que aquele que está em Cristo, não resta mais sobre si juízo por causa de pecado. Já fora julgado em Cristo, está em paz com Deus (Romanos 5:1). Justificado por Cristo e santificado por Cristo no poder do Espírito Santo (Romanos 4:25).

12 Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora. 13 Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras.

Havia coisas que os discípulos ainda não estavam suficiente maduros para ouvir e/ou suportar, ou ainda entender. Jesus não poderia partilhar com eles ainda. Chegaria o tempo certo, e nesse tempo o Espírito Santo revelaria. O Espírito Santo é tal como Cristo. Jesus disse "Eu sou a verdade", e aqui Jesus diz "o Espírito da verdade".

Como Espírito da verdade Ele:

1. [...] guiará a toda a verdade

Esse aspecto é interessante. Aqui temos UM guia e UMA verdade. João diz que [o Espírito] é a unção verdadeira que ensina (1ª João 2:27). O texto não está falando de toda verdade conhecida. Mas na verdade relacionada a coisas espirituais.
A verdade no Evangelho de João [e em toda a Palavra de Deus] está centrada na Pessoa de Cristo, portanto, o Espírito guia o crente À Cristo e EM Cristo. No primeiro capítulo de João lemos a respeito de Cristo que Ele é “a verdadeira luz que ilumina a todo homem” (v.9); Ele ainda é pleno de graça e de verdade” (v.14). Mais adiante lemos que Jesus diz que falava a verdade ouvida de Deus (8:40). Jesus diz “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (8:32); em 14:6 Ele diz “Eu sou a verdade”; e mais adiante diz “Santifica-os na verdade, a Tua Palavra é a verdade (17:17).
Portanto é a esta verdade - Jesus - que o Espírito Santo guia. Com relação às coisas espirituais não temos nada que aprender com religiões, ideologias, filosofias, etc.. Tudo o que o crente precisa está na Palavra de Deus (2ª Timóteo 3:16).

2. [...] não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido

Outro aspecto interessante é que o Espírito Santo não fala nada além do que a Trindade esteja de acordo. O Espírito Santo não é autônomo; não é independente; não possui uma verdade diferente; não tem uma ideia própria a parte da Escritura, não traz nova revelação; não tem outra graça; não tem outro evangelho. Há uma sintonia muito estreita entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Jesus não era independente, autônomo, Ele disse “Se dou testemunho de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro” (João 5:31).
O testemunho de Cristo estava totalmente de acordo com o Pai, Ele e Pai testemunhavam um do outro (João 8:18; 14:10).

3. [...] vos anunciará as coisas vindouras

Aquilo que era vindouro aos discípulos, é para nós também. Porém muito do que era vindouro aos discípulos para nós é passado. Assim como o Espirito Santo esteve com os autores que escreveram o Antigo Testamento, da mesma forma Ele estaria atuando na vida dos autores do Novo Testamento. Portanto tudo o que precisamos já foi escrito por meio da inspiração do Espírito Santo. As coisas vindouras que precisamos saber já estão seladas, escritas, e o Espírito Santo é o responsável por isso, portanto são inquestionavelmente confiáveis. Jesus diz à Filipe que ele tinha duas razões claras para crer em Cristo: as obras e as palavras dEle (João 14:10-11). Pedro fala de duas provas incontestáveis a respeito da verdade. [1] a experiência na transfiguração - uma amostra da glorificação de Cristo antes da cruz, e [2] a profecia inspirada pelo Espírito Santo (2ª Pedro 1:15-21).


14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. 15 Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu,vo-lo anunciará.

O Espírito Santo não veio para trazer glória para si mesmo; também não veio para dar glória a qualquer mortal. Ele veio para glorificar a Cristo, o Cristo vivo, ressurreto, soberano. Como se dará isso?
Basicamente como já abordamos anteriormente. O Espírito anuncia aquilo que recebe de Cristo, dessa forma o nome de Cristo é glorificado. Todos os dons, talentos, ministérios é para glória de Cristo [preste atenção à seriedade disso]. Tem muita coisa sendo atribuída ao Espírito, mas não nada do Espírito, muito menos glorifica à Cristo. O Espírito Santo é extremamente cristocêntrico. Jesus diz que “tudo quanto o Pai tem é meu”, assim vemos uma unidade perfeita na Trindade. O que é do Pai pertence ao Filho, e o Filho entrega/comunica ao Espírito Santo, e o Espírito Santo as torna conhecida [anuncia/proclama] aos salvos. E assim os salvos são formados segundo Cristo (Romanos 8:29; 1ª Coríntios 15:49; 2ª Coríntios 3:18; Colossenses 3:10).

Toda a pregação deve ter a Pessoa de Cristo como centro. Se Cristo não for o centro algo está errado, está em desacordo. É um tipo de pregação negativa - nega Cristo. Certamente o Espírito Santo não está nessa pregação (1ª João 2:22-24).

Paulo também testemunha que a sua pregação sempre foi centrada em Cristo no poder/virtude do Espírito Santo (1ª Coríntios 2:1-5; 1ª Tessalonicenses 1:2-6).

Portanto a glória é sempre pra Cristo. E o Espírito Santo zelará por isso!

Na virtude do Espírito Santo
Pr. Adriano Fernandes


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