quarta-feira, 2 de junho de 2010

AS PROFUNDEZAS DE DEUS OU APENAS A SUPERFÍCIE?

Charles R. Swindoll em seu livro Jó, com base em Jó 11:7,8 traz uma colocação interessante.
"[...] Você está buscando conhecer as profundezas de Deus, ou fica apenas na superfície? Só você sabe a resposta. Nossa cultura atual é tão ocupada que nos tornamos especialistas em fingimento. Pode parecer que estamos nos aprofundando quando na verdade apenas evitamos discutir o assunto. Você deve então responder por si mesmo. Está procurando conhecer as profundezas de Deus? Ou percebe que está apenas comparecendo a uma porção de encontros religiosos, e aprendendo toda a linguagem aparentemente religiosa?
Em um dos últimos livros de Larry Crabb, com o título Chega de Regras, ele descreve o seguinte:
No sentido da cultura, o cristianismo de nossos dias redefiniu a maturidade espiritual. Os reformadores sabiam que fomos salvos para dar glória a Deus. Nó, modernos, vivemos para ser abençoados. Os amadurecidos dentre nós são agora considerados bem-sucedidos, felizes, pessoas competentes, estão em evidência e se dão bem (...) Somos mais atraídos por sermões, livros e conferências que revelam os segredos da satisfação (...) do que pela direção espiritual que nos leva através da aflição à presença do Pai (...) Parecemos mais interessados em ter uma existência confortável do que permitir que Deus nos transforme espiritualmente mediante as dificuldades da vida.
Isso nos atinge frontalmente, não é? Não fuja das dificuldades. Não procure um amigo que o ajude a sair delas rapidamente. Permaneça nelas. O Senhor Deus o fará atravessá-las. Como resultado, você deixa de escorregar. Essa pergunta é para você responder: você está buscando as profundezas de Deus, ou está apenas tocando a superfície?"

Jó - Um homem de tolerância heróica - p. 150-151
Mundo Cristão

Que o Senhor nos ajude!


segunda-feira, 31 de maio de 2010

O AMOR. SEM ELE É IMPOSSÍVEL UMA IGREJA SAUDÁVEL.

A vida cristã é norteada pelo supremo mandamento do amor. Esse tem sua origem em Deus. Não é uma inovação, é a verdade suprema que emana do Eterno!

Não lei mosaica encontramos a máxima para os relacionamentos: “Não te vingará nem guardarás ódio contra a gente do teu povo; pelo contrário, amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor” (Lv. 19:18). Jesus corroborou o mandamento, quando em uma oportunidade corrigiu o erro legalista em que, os fariseus, transformaram o mandamento do amor.

Para estes, o mandamento do amor tinha validade somente para os arrolados no círculo farisaico – o grupo dos fariseus; os que estivessem fora deste círculo não passava de um ‘am haarez, ou seja povo comum. E o pior de tudo isso é que na convicção deles “tratava-se de uma inimizade por causa de Deus”, ou seja, estavam prestando um culto a Deus.

Na Carta aos Romanos, Paulo penetra em uma profundidade ainda maior, e amplia, pela revelação do Espírito, a grandiosidade do mandamento. Na verdade o mandamento do amor deve ser o regente para todas as ações na vida do cristão – das questões de foro íntimo até as questões da moral e da ética desta moral.

As desavenças, politicagens, brigas ministeriais, e tantas outras questões que a cada dia afloram no meio evangélico são obras de pessoas controladas pela carne, pelos desejos irrefreáveis de um coração desprovido do amor. Isto é, são pessoas que não são transformadas pelo poder regenerador do Evangelho da cruz, ou que paulatinamente distanciam-se deste Evangelho.

No versículo oito de Romanos treze lemos: “Não fiqueis devendo coisa alguma a ninguém”. Veja que isso é cumprimento da lei, segue o versículo “[...] pois quem ama o próximo tem cumprido a lei”. Quem ama cumpre a lei (e não ao contrário) – isso só é possível para quem tem a vida transformada; já está comprovado que o ato de cumprir a lei não leva ninguém a amar o próximo. Os fariseus procuravam andar por esse caminho, mas alimentavam o ódio em seus corações: “Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” (Mt. 5:43).

A questão bíblica “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” tem um alcance que envolve todas as áreas da vida. Aquele que ama jamais a de compactuar com adultério; também não matará ninguém; no mesmo nível tem a questão de jamais furtar, ou ainda cobiçar.

Ninguém conseguirá cumprir esse mandamento com esforço próprio, é preciso estar revestido das armas da luz (Rm. 13:12).

A falta do amor é uma prova incontestável de que a pessoa está mergulhada na noite espiritual. Paulo cita algumas características de quem está em trevas espirituais: “Vivamos de modo decente, como quem vive de dia: não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em discórdias e inveja” (Rm. 13:13).

Quanta coisa que estamos vendo que nos deixam estarrecidos – isso no meio evangélico. Vivemos o tempo de um evangelho mesquinho, do toma lá dá cá, de desejos fúteis, e alvos pessoais e cheios de cobiça.

Os púlpitos de muitas igrejas (refiro-me as várias matizes denominacionais) estão afogados no pecado, pois pensam mais “em como atender aos desejos da carne” (Rm. 13:14b). Onde era para abundar pureza, o adultério está fazendo festa no carrossel da imoralidade sexual; em lugar de gerar vidas pela pregação da Palavra está havendo morte espiritual; a ganância pelas riquezas está abundando os púlpitos de pregações dinheiristas e ofertas negociadas; e a cobiça por mais poder está corroendo ministérios, convenções e outras instituições eclesiásticas; e multiplica-se a tudo isso a depravação, discórdias e inveja.

Nada mais urgente do que um verdadeiro arrependimento para haver um despertamento do sono espiritual em que muitos estão, e a volta genuína a preocupação bíblica e santa com relação a salvação, pois esta está “agora mais perto do que no início, quando cremos” (Rm. 13:11). Só assim é possível estar revestido de Jesus Cristo, e nada do que é terreno desviará o foco do alvo: Cristo, o Senhor que virá!

Que Deus nos ajude! Amém.

Adriano Wink Fernandes

domingo, 30 de maio de 2010

A PRESSA DE JACÓ!

O Senhor muitas vezes quer falar conosco, mas nos recusamos a ouvir-lhe. Por quê? – Estamos com pressa!

A bíblia diz que Deus é longânimo; não se apressa; não age como nós agimos; espera. Sempre trabalha com propósito; em nenhum momento temos a descrição bíblica ou histórica de que Deus tenha feito algo e tenha errado o alvo ou, tenha se enganado no seu plano – com Deus jamais acontece isso!

A vida de Jacó nos oferece algumas lições pelas quais podemos aprender preciosidades espirituais para nossa caminhada com Deus nestes dias atuais. Às vezes nós queremos ir por onde vai a maioria, porém o Senhor deseja que sigamos o Seu plano perfeito para nós. Da maioria o Senhor não se agradou e houve morte no deserto (I Co. 10:5).

Jacó foi um homem apressado desde o ventre (podemos dizer), no nascimento saiu agarrado ao calcanhar de seu irmão Esaú (Gn. 25:26). Teve seu bacharelado em pressa quando astutamente ‘comprou’ o direito de primogenitura de Esaú. Aproveitando-se do descuido de seu irmão, apressadamente o incentivou a negociar a primogenitura e apressadamente fez o guisado, e enquanto Esaú comia gostoso, Jacó saiu rindo... apressadamente. Claro que Esaú errou em desprezar a primogenitura (Hb. 12:16); foi uma atitude precipitada, impensada e que não teve volta, mesmo buscando com lágrimas – devemos pensar bem sobre as bênçãos do Senhor (Gn. 27:36; cf. Hb. 12:17). Porém o que Jacó realmente queria era apressar a bênção sobre a sua vida. Mas não pára por aí. Jacó ainda fez doutorado em pressa e isso se deu quando ajudado pela sua mãe Rebeca ele engana seu pai Isaque, e rouba a bênção patriarcal sobre Esaú. A coisa foi tão ‘bem’ feita que ele teve que ir para longe, em outras paragens, em outras ‘empresas’ colocar em prática seus ‘estudos formativos’.

A pressa é um inimigo astuto. Todo homem tem que aprender a lidar com esta atitude. Todos têm pressa. Temos pressa para subir rapidamente na vida; pressa para o cumprimento das promessas de Deus sobre nós dentro do nosso tempo – e esse tempo sempre está fora do tempo de Deus, pois achamos que Deus está demorando, está atrasado –, queremos ver a ‘justiça’ triunfando rapidamente quando diz a nosso respeito e será para ganho nosso, enfim... a pressa é algo que sempre queremos ter ao nosso favor quando conta pontos positivos para nós. Uma das definições de pressa é precipitação, irreflexão. Seja ao nosso favor ou não a pressa sempre causa algum prejuízo.

A pressa de Jacó em receber as bênçãos o fez caminhar na contramão. Ele caminhou por muito tempo fugindo de Deus. Um encontro com Deus era o necessário para mudar as atitudes de Jacó. Como Deus ‘não se mete’ na vida de ninguém, deixou Jacó caminhar livremente. Jacó fez e fez acontecer. Porém chegou um dia que ele teve que parar para ouvir o que Deus tinha a dizer. Foi aí que as coisas começaram a tomar a direção certa.

1. A pressa prende o homem à fuga

A primeira coisa que aconteceu com Jacó após estas investidas apressadamente foi que ele teve que fugir da sua casa e ir para Padã-Arã, casa de Betuel, pai de sua mãe e ali refugiar-se, pois a ira de seu irmão era de morte – Esaú só estava esperando a morte de Isaque (Gn. 27:42-43). Aqui ele torna-se um homem apressado preso à fuga, pois se não fugisse a morte era certa.

Atitudes egocêntricas e impensadas nos levam a tomar decisões apressadas. Colocam-nos em fuga. Quando fizemos algo apressado nós temos algo a consertar e enquanto não houver o conserto, não há bênção completa. Por mais que Jacó saísse obediente e sob a bênção do pai (Gn. 28:3-5,7), a pressa era uma atitude pessoal, estava impregnada em seu caráter e precisava ser resolvida. Quando? Quando ele parasse de andar segundo o seu coração – com pressa.

2. A pressa não deixa ouvir a voz de deus

Jacó saiu apressado e com o coração palpitante. Cai o crepúsculo, o sol se põe, chega à noite. Já não tem o lugar protegido para dormir. Faz de uma pedra o seu travesseiro e do céu o seu teto. Desejou que a noite passasse apressadamente, pois seria longa demais e seu coração teme pelo pior. As paragens são desconhecidas e enquanto o seu coração chora saudoso pelo lar, sua consciência martela suas irrefletidas atitudes. Mas não tem outro jeito – a pressa lhe trouxe a primeira noite longe do lar. É um lugar terrível e que provoca arrepios e temor.

O cansaço lhe faz dormir. O sonho vem. É lindo! Sonha com anjos. Deus fala com ele. Promete-lhe segurança; renova a promessa abraâmica. É um a noite memorável. Digna de um tributo a Deus em forma de coluna. Sua gratidão é muito grande. Porém ele não conseguiu ouvir a voz de Deus no mais íntimo do seu ser, pois estava afogado por atitudes apressadas. O que ele ouviu, já sabia. Ele queria que se cumprisse a promessa de Deus “estender-te-ás ao ocidente, ao oriente, ao norte e ao sul”. Talvez dissesse: - Deus... vamos fazer isso acontecer. Jacó ouviu com os ouvidos a mesma promessa feita a Abraão, porém não conseguiu ouvir com os ouvidos da fé, com a alma e o espírito, como a ouviu Abraão.

Jacó votou. Mas foi um voto negociado. Ele disse “Se Deus for comigo”. Essa expressão denota falta de fé na Palavra. Ele acabara de ouvir (do próprio Senhor) a mesma promessa que foi feita a Abraão, porém seus ouvidos espirituais estavam moucos. Veja bem que ele diz que o Senhor seria o seu Deus diante de tais e tais circunstâncias: se... me guardar, me der pão, me der vestes, me der paz... o Senhor será o meu Deus... e certamente te darei o dízimo. O apressado põe suas necessidades em primeiro lugar. Ele visa primeiro o seu lucro, primeiro o que é visível, o que está em frente ao olho – ‘a olho nu’. Dificilmente se toma uma atitude de fé diante da pressa. Tenho pressa da bênção, mas não consigo esperar no sábio e silencioso trabalhar de Deus!

3. A pressa não deixa ter paz

Jacó levanta-se e segue a viagem. Está nas terras dos filhos do oriente. Vê os pastores com fortes e bonitos rebanhos. Descobre que por ali é a terra de destino. Cobiça os rebanhos e quando os seus olhos vêem Raquel a ama no coração e, certamente no seu íntimo já pensa num meio de negociar para tê-la como esposa. Ela realmente é linda. Seus olhos o encantam. Seu jeito gentil lhe cativa por demais. Sua voz é suave e denota respeito e educação. A cansada viagem não é sentida quando se depara com a linda Raquel de Labão. Certamente pensou ter encontrado o descanso que sua alma angustiada tanto desejou. Na casa da moça é bem recebido. Há abraços, beijos e lágrimas, entre júbilos e saudades. Tudo se renova. Porém ele ainda continuava apressado.

Negocia com Labão e trabalha apressadamente sete anos, que, por fim, parecem sete dias, por Raquel. Na sua pressa ele enganou, ele trapaceou e, agora a lei da semeadura chegou e ele é enganado, é lhe dado Lia, a primogênita. Indigna-se. Não desiste e trabalha mais sete anos por Raquel e daí a toma como esposa. Ama-a demais. Porém sua vida familiar é de disputas intermináveis entre Lia e Raquel. Enquanto aquela lhe dava filhos, essa amargava a esterilidade. São tempos penosos. Trabalho forçado para enriquecer Labão e tristezas quando chega ao lar. A pressa na vida e pela vida lhe roubou a tranqüilidade. E de tanto sofrer lhe conduziu por caminhos de angústias e tristezas. A pressa lhe enriqueceu, mas não o deixou ter paz.

Certamente ele chegou à triste conclusão: quando caminhamos apressados, fizemos coisas apressadas. Podemos ganhar muito, mas somos atribulados. A decisão final na casa do sogro também é tomada às pressas, e assim ele foge, indo em direção de Gileade – região pedregosa.

4. A pressa, Deus pode detê-la

O ser humano sempre gostou de decisões próprias. Tem gosto por tomar decisões em que leve vantagem. Caminha por muito tempo sob seu próprio ego. Enfrenta difíceis momentos e sai deles como alguém capaz de administrar todas as coisas na sua vida. Acha-se auto-suficiente. Preparado para enfrentar até o próprio Deus.

Assim caminhou Jacó. Mas Deus tem seus meios de trabalhar. E aonde Deus conseguiu falar com Jacó de modo que ele ouvisse foi no vale; ali ele se prostrou; estava entre o ribeiro e o inimigo, no caso Esaú, com seu forte exército (Gn. 32:6). O encontro era inevitável, e a consciência palpitava as duras atitudes apressadas de anos atrás. Em sua mente passa o filme de sua vida: atitudes apressadas – pressa, engano, fuga... pressa, engano, fuga... e o ciclo se repetia. Atitudes apressadas levam o homem a caminhar fora do plano divino. Nada é mais deprimente do que o encontro do homem consigo mesmo. Para o cristão esse encontro se dá quando ele se vê na menina dos olhos de Deus – ali ele enxerga a sua miséria, seu estado lastimável – e vê, mas vê mesmo que ele nada é, e nesse momento o que mais deseja é a morte.

Quando Jacó sabe do inevitável re-encontro com Esaú ele estremece. Bate o desespero. Porém é interessante notar que aqui Jacó na age com pressa. Aqui ele troca a pressa pela cautela, vejo isso como o início da humilhação, um grito de socorro, ainda que com medo e pavor, mas brotava da alma angustiada, inerme, pusilânime, um grito de dependência (Gn. 32:9-11). É momento de lembrar-se das promessas de Deus (Gn. 32:12). É momento de ordenar as coisas e enviar presentes para aplacar a ira do irmão Esaú (Gn. 32:13-21). Mas o máxime momento ainda estava por vir: o momento do encontro com Deus, onde o caráter seria descoberto e após a confissão, Deus mudaria o rumo das coisas e aplainaria os caminhos pedregosos de uma vida amargurada por decisões apressadas e enganosas.

Jaboque. Nome sugestivo para um encontro. Região de limites, aqui era o limite das terras dos filhos de Amom e da tribo de Gade (Dt. 3:16). Para Jacó era o limite de sua vida velha e o encontro com a nova vida sob a bênção completa de Deus. Aqui acontece, e marca toda a história de Israel, o encontro mais dramático do importante patriarca da nação de Israel. É nessa noite memorável que Deus ‘consegue’ ter a atenção que sempre quis de Jacó. Foi uma luta travada a noite toda. A bíblia não descreve a teor da batalha, não dá detalhes do diálogo travado entre o homem e Jacó (Gn. 32:24). Talvez Jacó não quisesse reconhecer sua fragilidade, sua vida de engano, de trapaças, de fugitivo, de apressado, não sabemos como se deu a luta. Porém temos a mais profunda pergunta: “qual é o teu nome?” Essa pergunta tocou o profundo da alma do homem Jacó, aqui desmoronou sua coragem e descortinou-se seu coração amargurado.

O ápice é a confissão: “Jacó!”. Agora Jacó consegue ver Peniel que quer dizer A face de Deus. Essa lição é por demais importante: ninguém consegue ver a face de Deus sem primeiro confessar quem é. Quando confessamos quem somos, é o grande momento, aí Deus trabalha no caráter. Só depois disso temos a condição de nos encontramos com o inimigo, humilhar-nos e correr para o encontro do perdão (Gn. 33:3-4), é o momento de deitarmos fora ídolos, removermos a poeira do deserto, é momento de roupas novas. Depois disso é momento de altares edificados (Gn. 35:1,7), de obediência irrestrita: “Então disse Deus a Jacó: levanta-te, sobe a Betel [...] disse Jacó: levantemo-nos e subamos [...] (Gn. 35:1-3), é momento de concerto (Gn. 35:2), e promessas renovadas (Gn. 35:9-12), é o lugar chamado Betel: lugar onde Deus fala!

Em Cristo

Adriano Wink Fernandes

terça-feira, 18 de maio de 2010

JEFTÉ E OS "JEFTÉS" DE HOJE

Jefté gostava de votos, acordos ou negociações. Ele acordou com os anciãos de Gileade que seria seu chefe caso ganhasse a batalha contra os amonitas. O acordo foi selado e ele liderou-os na batalha (Jz. 11:4-11).

Já comandante ele intentou, através de mensageiros, por duas vezes, entrar em acordo com o rei dos amonitas, e dessa forma resolver a questão. Na primeira vez ele recebeu resposta, já na segunda, o rei dos amonitas não lhe deu ouvidos (Jz. 11:13,28).

Nos acordos acima parece não haver nada de anormal. Por mais que tenha tido boas intenções, num ele foi bem sucedido, no outro não.

A sua terceira atitude não foi propriamente um acordo, mas um voto diante de Deus. E é nesse voto que temos preciosas lições espirituais para nós nos dias de hoje, pois tem muito crente fazendo voto, campanha, plantando, semeando, se ungindo, se auto-profetizando, sem ao menos ver se a Palavra de Deus corrobora tais ações, ou se há necessidade disso.

Assim como o voto de Jefté era desnecessário, muito do que se vê no meio evangélico nos dias de hoje é terminantemente inútil.

Assim como Jefté deveria ter ficado somente com a Palavra e a direção do Espírito (Jz. 11:29), para receber a vitória (Jz. 11:32-33), devemos nós hoje.

Paulo disse que nada temos para que possamos dar a Deus primeiro (Rm. 11:35). Deus viu a nossa nudez espiritual e providenciou a redenção; Deus viu a nossa desgraça por completo e nos mostrou a necessidade de buscarmos o Reino acima de todas as coisas, pois deseja Ele nos acrescer de bênçãos necessárias para o dia-a-dia (Mt. 6:25-34).

Portanto não se precisa de uma infinidade de misticismos e sincretismos para sermos vitoriosos espiritualmente. A bem da verdade as campanhas, votos, e semeaduras com que somos todos os dias instigados e desafiados a fazer, visam somente as coisas daqui e nada mais.

Por fim deixo meu conselho: pare de correr atrás de campanha disso ou daquilo; pare de jejuar e orar objetivando as coisas daqui – busque o Reino primeiro; pare de desejar uma vida sem problemas, pois quem deseja a Cristo, deseja também se unir aos sofrimentos dEle (Rm. 8:17,18); pare de ir à igreja para Deus resolver os problemas do teu casamento, dos teus negócios, da tua empresa, e para isso apegar-se a campanhas e determinações positivistas; ao invés disso, humilhe-se diante de Deus, arrependido confesse o pecado que está no coração, e deseje ser uma nova criatura em Cristo (II Co. 5:17).

Por fim temos o trágico cumprimento do voto de Jefté. Leia: “Logo que a viu, ele rasgou as vestes e gritou: Ai de mim, filha minha! Estou muito abatido e tu é a causa da minha desgraça, pois fiz um voto ao Senhor e não posso voltar atrás” (Jz. 11:35). Era um voto desnecessário, e repito, como é desnecessário muito do que se está fazendo no meio evangélico nos dias de hoje.

Mudança de vida, soluções dos vários problemas não são alcançadas porque fizemos votos ou campanhas. Mas porque nos dobramos humilhados em obediência à inerrante Palavra de Deus, e nos deixemos ao moldar do Espírito Santo. A Palavra diz que Ele nos transformará até chegar à medida da estatura de Cristo (Fp. 1:6), e para isso Ele usa a Palavra (Ef. 4:11-16).

Em Cristo

Adriano Fernandes

domingo, 9 de maio de 2010

PERIGOS DOUTRINÁRIOS

A Bíblia nos adverte seriamente sobre um tempo muito perigoso. Tempo de falsas religiões; sutilezas teológicas; dissimulações para perverter a Doutrina segundo a Palavra. Algumas religiões ou seitas, bem latentes, tem surgido no decorrer destes últimos dias (1 Tm. 4:1; 1 Jo. 2:18), e a medida que crescem (algumas nem precisam de tanto), mostram que nada tem a ver com o Verdadeiro Evangelho, pois suas doutrinas chocam-se frontalmente com a Doutrina Bíblica. Dessa forma são fáceis de serem confrontadas. Conquanto enganam muitos cristãos, visto que, como Himineu e Fileto “perverteram a fé que tinham alguns” (2 Tm. 2:18), as seitas hodiernas também tem conseguido isso. Vejamos algumas:

- Adventismo: Doutrina de um evangelho sem cruz (Fp. 3:18), pois está fundamentada na lei – com ênfase no sábado (Ex. 20:8); e as revelações da Senhora Ellen White estão acima da Palavra. No entanto Paulo, que esteve no paraíso e ouviu palavras inefáveis (2 Co. 12:4), foi firme ao ensinar para não irmos além do que está escrito (1 Co. 4;6 cf. 2 Jo. 9);

- Espiritismo: Doutrina de um evangelho que nega a Doutrina Bíblica da ressurreição e também nega o sacrifício vicário de Cristo (Mt. 28:11-15; 2 Tm. 2:17-18; 1 Co. 15:3,4), pois defende sucessivas reencarnações até se chegar ao um estado de perfeição (o que, na verdade, não deixa de ser nada mais nada menos, do que a perpetuação do mal); no entanto não é obra da justificação por meio de Cristo, e muito menos obra do Espírito Santo (Rm. 4:25; 1 Co. 6:11; Fp. 1:6). Devido a algumas manifestações espirituais (não do Espírito Santo), muitos crentes em Cristo, tem sido enganados, por aceitarem como iguais às manifestações do Espírito Santo no meio Pentecostal; dessa forma tem tornado-se seguidores deste outro evangelho;

- Mórmons: Doutrina de um evangelho que nada mais é do que ‘outro evangelho’, ‘outra revelação’, dada a Joseph Smith pelo anjo Moroni (Gl. 1:6-8), não é a revelação do Espírito Santo (2 Pe. 1:20,21). Por estas definições poderemos facilmente detectar o Mormonismo como uma heresia. No entanto o Mormonismo é pernicioso, sutil e ardiloso. Vivemos o tempo em que homens querem ser deuses, e muitos teólogos tem achado apoio na Bíblia para suas falácias teológicas; e o Mormonismo é adepto de tal teologia. “O Mormonismo está literalmente alicerçado nas palavras de Satanás a Eva no Jardim do Éden [...] orgulhosamente se vangloria de que a obediência aos seus profetas e preceitos, somada à participação em seus rituais secretos no templo, é a única maneira de alcançar a divindade prometida por Satanás” (Hunt e McMahon. p. 69,70. 1999). Os mórmons se iludem na interminável esperança de um dia povoarem essa terra com outro Adão e Eva, e terem um outro Jesus, irmão de Lúcifer, como redentor deles.

- Testemunhas de Jeová: Doutrina de um evangelho que perverte a Verdadeira Palavra de Deus, pois, com a Tradução do Novo Mundo das Escrituras, mudaram o texto bíblico, para que os seus ensinos sejam comprovados como verdadeiros (Ap. 22:18-19). Já que negam a deidade de Jesus (entre outras Doutrinas), veja como traduziram João 1: “v1. No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era [um] deus [...]; v14. De modo que a Palavra se tornou carne e residiu entre nós, e observamos a sua glória, uma glória tal como a de um filho unigênito dum pai (grifo meu). Agora vejamos a Verdadeira Palavra: “v1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus; v14. O Verbo se fez carne, e habitou entre nós. Vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Edição Contemporânea de Almeida – ECA – os grifos são meus). Preste atenção na sutileza desta seita. Vejo os Testemunhas de Jeová como a seita mais perigosa que existe, pois usam a Palavra, porém deturpada, adulterada. Para esses é preciso seguir exortação joanina (2 Jo. 10).

Algumas teologias sutis e dissimuladoras que tem surgido ou que tem sido reavivadas nos dias de hoje:

- Unicismo, modalistas, unidade pentecostal, unitarismo, ou sabelianismo: os nomes são diferentes, porém o veneno é o mesmo. São os que negam a manifestação divina de um Deus em três Pessoas distintas, ou seja, Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo - a Doutrina Bíblica da Trindade.

O Monarquianismo era uma questão teológica que girava em torno da Pessoa de Deus. Acreditavam na unidade divina, ou “monarquia” que estabelecia Deus como uma só Pessoa.

Havia os seguidores de Sabélio ou “Monarquianos Modais”. Estes afirmavam haver três modos diferentes da manifestação divina, ou seja: Deus como Pai no Antigo Testamento, como Jesus Cristo durante uns trinta anos e agora como Espírito Santo. Dessa forma negavam uma personalidade específica identificada como Jesus Cristo. Isto é herético, pois João diz que Deus enviou o Seu Filho Unigênito ao mundo, para que por meio dEle vivamos (1 Jo. 4:9,10 – grifo meu) – João está mostrando que há Deus, o Pai que enviou, e também o Seu Filho Unigênito; mais adiante vemos a diferença entre o que é nascido de Deus e o que não é: “Todo aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus” (1 Jo. 4:15 – grifo meu). Pergunto: é mais fácil crer que há Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo, ou crer nos que negam a Doutrina da Trindade? (leia atentamente 1 Jo. 4:7-21; veja Jo. 14:16).

Havia também o grupo dos “Monarquianos Dinâmicos”, chefiado por Samosata, bispo de Antioquia (c. 260-272 d.C.). Este pregava que Jesus Cristo não era Deus, mas “que ganhou divindade por mérito da sua própria justiça e por ser penetrado pelo divino Logos (“Palavra”). Assim, ele acabou negando a deidade de Jesus” (SMEETON, 2003, p. 93). Esse pensamento é derrotado com o que o Apóstolo João escreveu em seu Evangelho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo. 1:1). Ele (o Verbo) esta com, ninguém pode estar com, sozinho. João advertiu contra os que negam que Jesus é o Cristo, chamando-os de anticristo (1 Jo. 2:22).

Foi o Monarquianismo que plantou a semente do Unitarismo dos nossos dias. Esta seita rejeita a divindade Jesus Cristo e o conceito bílbico da Trindade. No Brasil, é muito disseminada pelo conjunto Voz da Verdade, que por mais que tenha hinos envolventes (muito atrativos), nega esta Doutrina fundamental da Fé Cristã. Salientamos que atacar a deidade de Jesus Cristo, e oferecer novas interpretações ou acréscimos à Bíblia, são características (que entre outras) definem uma seita.

Para conhecimento é bom sabermos que, em 325 d.C., no Concílio de Nicéia foi resolvida a questão herética do Monarquianismo, estabelecendo, de uma vez por todas, a Doutrina da Trindade e a irrefutável verdade sobre divindade de Cristo – com base na Palavra de Deus.

Mais tarde, no ano 375 d.C., surge o sabelianismo, movimento religioso organizado por Sabélio. Defendia que a Pessoa de Cristo era nada mais do que “uma faceta ou manifestação de Deus” e que “o Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma só e a mesma essência, três nomes apenas dados a uma só e mesma substância” [1], se isto for verdade, o que dizer do que João registrou em seu Evangelho (14:16)?

Notamos que esta falsa doutrina, que nega a Trindade, desenvolveu-se em tempos diferentes e com nomes diferentes e por diferentes grupos ou teólogos, porém sempre conservando a essência, ou seja, sempre negando a “Triunidade de Deus: Um só Deus em Três Pessoas Divinas e Três Pessoas Divinas num Só Deus” [2]. É bom observarmos que nestes últimos tempos a maneira como se tem apresentada e disseminada é cada vez mais ardilosa e sutil.

Hoje estamos vendo a união de diferentes crenças ou linhas doutrinárias, ou correntes teológicas, no meio evangélico brasileiro (e mundial). Parece haver uma união nunca vista para o bem da propagação do Evangelho. Porém é tempo de tomarmos cuidado. Jesus não se dobrou aos clamores do Diabo em nome da fama e sucesso; Paulo e os demais Apóstolos nunca negociaram, nem sequer uma vírgula doutrinária, por qualquer motivo que fosse.

Hoje é diferente! Estão, no mesmo palco – ou seja, em mega shows, grandes congressos, magníficos encontros de ‘louvor’ e ‘adoração’ –, cristãos históricos, isto é, os que sempre acreditaram e defenderam todas as doutrinas basilares do Evangelho, com os defensores e propagadores dos mais variados e diferentes modismos, como também espúrias teologias. Isto também é sinal da volta de Jesus, já que propõe (silenciosamente) o engano religioso (Mt. 24:4,5,11). Olha o que diz o Profeta Amós: “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am. 3:3). Porém, muitos mesmo em desacordo doutrinário, estão andando em nome da fama, e de outros interesses.

Em Cristo

Adriano

[1] As grandes doutrinas da Bíblia. Raimundo de Oliveira. CPAD.

[2] A Santa Trindade: Pai, Filho, Espírito Santo. Eurico Bergstén. CPAD.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE E SEUS ABSURDOS

Essa teologia tem chegado cada vez mais a absurdas declarações, e as mais espúrias inovações, e por fim as mais irreverentes práticas – a sua sobrevivência depende disso.

É tão perniciosa que sempre tem que inovar para parecer teologicamente pura e atraente. Sua fonte, por si só, já é totalmente perniciosa, visto esta ser o anseio do homem de ter e ter. Ela é uma teologia (?) que enaltece o esforço humano: “planta e colherás”, “dá e será dado”, “semeia e terá em abundância”. Por mais que se esforce em ajustar os seus pressupostos a inerrante Palavra de Deus jamais conseguirá, pois é e sempre será uma teologia falsa, espúria, humana, diabólica, distante da revelação divina.

A última inovação é que semeando certa quantia em dinheiro, será garantido a você que “será salvo tu e a tua casa”. Acrescenta-se a isso um determinado tempo para o cumprimento, ou melhor, para a colheita do que fora plantado.

A Bíblia, a Palavra de Deus, não determina tempo para o cumprimento de tal e tal promessa, ou que dando hoje a certo tempo estarei com a benção nas mãos. Alguém pode objetar que Deus deu tempo a Abraão, mas não sejamos ignorantes, o tempo que Deus deu Abraão foi o tempo do nascimento de Isaque a partir do momento em que Ele confirmava a promessa de um filho – e o tempo de uma gravidez é nove meses.

Por outro lado o tempo da salvação para o pecador é sempre Hoje (Hb 3:7,13). A salvação é unicamente por meio da graça pela fé em Cristo (Ef 2:8,9), qualquer valor em dinheiro como garantia de que dentro de tal tempo será salvo, torna o Evangelho fraco e dispensável, além de propor uma justiça própria. Infelizmente os judeus tentaram fazer isso (veja Gálatas e Romanos); e é o que as mais diversas religiões fazem.

É fácil de combater tal ensino ou teologia confrontando-a com a inerrante Palavra de Deus. Infelizmente muitos crentes dão mais ouvidos ao que ‘grandes homens’ estão dizendo do que ao puro leite racional (I Pe. 2:1-3).

Enquanto Jesus ordenou a pregação do Evangelho para a salvação dos pecadores (Mt. 28:19,20), os propagadores dessa perniciosa teologia da prosperidade chegaram a aberração de anular a ordem de Jesus, propondo ofertas financeiras para a salvação. Precisa-se dizer algo mais?! Ficaremos com a Palavra ou com a sabedoria do sábio-segundo-o-mundo?

Isso é uma afronta ao Evangelho e ao sacrifício de Cristo. Rejeite!

Em Cristo

AWF

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CONTRIBUINDO COM ALEGRIA E LIBERDADE

Texto base: 2ª Coríntios 8:1-7

Na sua segunda carta aos Coríntios, no capítulo 8, Paulo trata da coleta feita aos irmãos da Judéia. Uma breve análise dos versículos 1-7 mostra-nos como deve ser uma contribuição financeira. Nestes dias, onde o que mais se fala no meio evangélico, infelizmente, é em dinheiro, uma olhada nestes versículos pode esclarecer muita coisa. E dessa forma abrir o entendimento para uma correta contribuição (não barganha) para a obra do Senhor. Portanto, a contribuição deve ser um ato de alegria, fruto da sua liberdade em Cristo.

Certa vez perguntaram ao compositor alemão Franz Joseph Haydn qual a razão de suas composições sacras serem tão alegres. Ele respondeu:

- Não posso fazê-las de outro modo. Quando penso em Deus e em Sua graça manifestada em Jesus Cristo, meu coração fica tão cheio de alegria que as notas parecem saltar e dançar da pena com que escrevo. Já que Deus me tem dado um coração alegre, deve ser-me permitido servi-lo com alegria.[i]

Todas as atitudes do cristão devem ser motivadas pela sua alegria em ter recebido a graça imensurável de Deus por meio da fé em Cristo. A contribuição é umas dessas atitudes.

1. Para contribuir com alegria o cristão tem que estar sob a graça (vv. 1,5,7)

a) O início da caminhada com Deus se dá por meio da fé pela graça (Ef. 2:8). A graça revela que nada merecemos, mas, mesmo assim, fomos enriquecidos em Cristo: “Pois conheceis a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, tronou-se pobre por vossa causa, para que fôsseis enriquecidos por sua pobreza” – 2ª Co. 8:9.

Graça, aqui, fala de “favor, ajuda graciosa, boa vontade”, também aponta para “aquilo que traz o favor de Deus”, ou ainda “doação generosa da parte dos cristãos, que é considerada como um dom de gratidão”. A atitude dos irmãos da Macedônia nada mais era do que reflexos vivos e práticos da graça de Deus que estava sobre eles; e isso fora externado em atitudes que alcançavam outros irmãos.

b) “Primeiramente deram a si mesmos ao Senhor” (v. 5). Não existe prontidão em dar se não houve, primeiramente, renúncia do ‘eu’. Bem diferente do evangelho da barganha que grassa muitos púlpitos nos dias de hoje. Antes de se entregar generosamente aos outros, precisamos nos dar ao Senhor. Paulo enfatiza em suas cartas a posição de servo de cada cristão. Quem se dá primeiramente ao Senhor, certamente alcançará o objetivo de dar com generosidade, isto é, sem intenção de receber algo em troca. Para estes o famoso receber 100 vezes mais, jamais soará como incentivo para dar. A generosidade jamais pensa no que irá receber, mas de como o que for dar redundará em louvor e glórias a Deus.

É perigoso para a saúde espiritual do cristão, dar para receber algo maior. Isso é pragmatismo religioso. Ou seja, dou, porém tenho em vista o montante que vem para mim.

c) Por meio da graça transbordamos em virtudes e em atitudes cristãs (v. 7).

Aqui temos uma descrição da abundância que estava sobre os crentes. Eles eram abundantes em relação às virtudes relacionadas no versículo: na fé, na palavra, no conhecimento, na generosidade, e no amor. Essas virtudes eram referências para um transbordar de igual expressão na prática de contribuir. Paulo não diz que eles estavam ricos, ou que ficariam ricos ao contribuírem, ao contrário, lemos que eles estavam "em dura prova de tribulação" (8:2). Portanto, o cristão contribui generosamente conforme a abundância de tais virtudes em sua vida. Paulo mostra que a contribuição é fruto da obra operada pelo Espírito no coração do crente, e que aquilo que excedeu a uns, nada mais é do que o que outros precisam, e que não haverá nem sobra, e muito menos falta de algo (vv. 14-15).

2. Para contribuir com alegria tem que ser em liberdade (vv. 3)

O sentido da palavra liberdade é que deram “voluntariamente, de livre acordo; de forma espontânea; de iniciativa própria, sem pedido e sem coação (compelir a fazer ou não fazer). Isto no mostra que não havia promessas de que receberiam tantas vezes mais; ou de que esta contribuição era uma semente que redundaria em colheitas sobejantes, ou algo parecido.

A liberdade é obra do Espírito no coração do crente. É obra da graça de Deus pela fé. O versículo 4 diz que para os crentes isso era um privilégio: “[...] pedindo-nos o privilégio de participar da assistência [..]”. O ato de dar com liberdade não impõe nenhum valor, mas deixa que a liberdade (no Espírito) seja o fator determinante na hora de contribuir. Paulo diz que "[...] deram de livre vontade na medida dos seus bens, e até mesmo acima disso" (8:4).

Em Cristo

Adriano Wink Fernandes


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