domingo, 15 de novembro de 2009

A LOUCURA DO EVANGELHO OU AS LOUCURAS DOS EVANGÉLICOS?

por Augustus Nicodemus Lopes
O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios que a palavra da cruz é loucura para a mente carnal e natural, para aqueles que estão perecendo (1Co 1:18, 21, 23; 2.14; 3.19). Ele mesmo foi chamado de louco por Festo quando lhe anunciava esta palavra (Atos 26.24). Manter leitura

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

AGRADANDO AO SENHOR - SALMO 19:14

No Salmo 19 Davi exalta a grandeza da revelação de Deus naquilo que Ele criou – as obras da Suas mãos; o firmamento. Deus faz ouvir Sua voz nas suas obras (v. 4). Mas Davi ressalta, também, a importância da Palavra de Deus, descrita aqui como lei, testemunho, preceitos, mandamento e juízos. E por fim Davi contrasta a sua vida com a verdade de Deus. Veremos como podemos e devemos agradar ao Senhor.

As verdades emanadas do versículo 14 deste Salmo nos ajudarão a viver mais em conformidade com o Senhor, agradando-Lhe sempre.

I. “As palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis, na Tua presença Senhor”

a) O cristão dever ter palavras agradáveis.

No Salmo 139:4 lemos que o Senhor conhece a palavra antes que ela chegue à boca. O Salmo 19 exalta a grandeza da Palavra do Senhor, e isso leva o cristão admirar a pureza da Palavra (v. 8b) e por ela ser orientado. Quando falamos palavras agradáveis o Senhor é glorificado, os que estão a nossa volta são edificados. Paulo exortou aos crentes de Éfeso: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação [...]” (Ef. 4:29). Palavras agradáveis tem dupla função: Agradam ao Senhor e edificam os que as ouvem!

a) O cristão dever ter meditação agradável.

A arte de meditar está sendo esquecida no meio cristão. Não é mais uma prática como vista nas Escrituras. As muitas distrações e possibilidades de passatempos variados tem tirado o interesse e a alegria de meditar na Palavra de Deus. Infelizmente!

J. I. Packer em sua obra O Conhecimento de Deus, diz que “meditação é o ato de trazer à mente várias coisas conhecidas sobre os procedimentos, as peculiaridades, os propósitos e as promessas de Deus; pensar, deter-se nelas e aplicá-las à própria vida” (p. 25).

A meditação não se dá de forma alguma dissociada do próprio Deus. Veja que Davi diz “na Tua presença, Senhor”. Quando meditamos apresentamos nosso pensamento a Deus, e auxiliados por Ele entramos em comunhão com Deus. A meditação cristã é totalmente diferente de qualquer tipo de meditação secular (Meditação Transcendental, Zen-Busdismo, Yoga, entre outras), por isso, incomparável! Enquanto essas meditações conduzem e proclamam uma auto-independência, a meditação na Palavra de Deus leva o homem ao reconhecimento de quem é e de como precisa de Deus, ou seja, a Verdade de Deus produz impacto em seu coração, fazendo-o se conformar ao querer de Deus: “Também o teu servo é advertido por meio deles” (v. 11; cf. Rm. 12:2).

O cristão quando medita tem como base a Palavra de Deus, no v. 10 referindo-se à Palavra, Davi diz: “são mais desejáveis que o ouro [...] mais doce do que o mel que goteja dos favos”.

Na meditação todo o pensamento e imaginação do homem são confrontados com a Palavra, e o objetivo é entrar no padrão da Palavra. A meditação do cristão leva-o a reconhecer sua fragilidade e quanto precisa de Deus. A meditação que agrada ao Senhor reconhece-O como Senhor e Salvador pessoal.

Em seu Comentário Bíblico, Matthew Henry, diz: “Meditar na Palavra de Deus é discorrer acerca das grandes questões nelas contidas, com uma íntima aplicação da mente e da concentração no pensar” (p. 388).

c) Na Tua presença Senhor.

Estar na presença do Senhor é uma exigência do próprio Deus. Para Abraão Ele disse “anda na minha presença” (Gn. 17:1). Paulo exortou aos Gálatas “Andai no Espírito” (Gl. 5:16). Andar, para o cristão, fala de um modo de vida, um estilo – aponta para estar na presença do Senhor. Fala de estar identificado com a Palavra de Deus e o Deus da Palavra. Estamos diuturnamente na presença do Senhor. Geazi enganou-se, pois ignorou que Deus lhe via (2 Rs. 5:25-27), e foi castigado por usa transgressão.

d) Palavras agradáveis e meditação agradável provêm de um coração que foi transformado pelo Senhor. Nossa meditação e nossas palavras devem servir para agradar ao Senhor e edificar os outros. Confrontamos nossas atitudes e palavras com esta verdade, e se for necessário, ainda é tempo de tomar uma decisão ou renovar os propósitos com Deus. Daí poderemos dizer: “As palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis na Tua presença Senhor [...]”.

II. “Minha rocha e meu redentor”

a) Só o Senhor é Rocha. Aquele que tem um coração inteiramente voltado para Deus já O tem aceitado como sua Rocha. Davi O reconheceu como “Rocha da minha salvação” (2 Sm. 22:47). Rocha fala de lugar firme, inabalável, impossível de ser removido. Reconhecer o Senhor como Rocha é estar convicto de um lugar de refúgio eterno, e isso está claramente ligado a viver no temor do Senhor, pois “o temor do Senhor é limpo e permanece para sempre” (v. 9). Jesus chamou de prudente o homem que ouve Suas palavras e as pratica, e é sábio o que edifica a sua casa (espiritual) sobre a rocha (Mt. 7:24) – aqui, rocha, fala da obediência de quem ouve.

b) Reconhecer o Senhor como Redentor é reconhecê-Lo como o Único capaz de nos redimir dos nossos pecados e delitos. Davi diz: “Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que me são ocultos. Guarda também o teu servo da arrogância, para que não me domine; então serei íntegro e ficarei limpo de grande transgressão” (vv. 12,13). Davi confessa que somente Deus é poderoso para lhe guardar íntegro e limpo de qualquer transgressão, anteriormente ele confessara “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma” (v. 7). Jó exclamou: “Eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19:25). Asafe, lembrando-se das maravilhas de Deus, exclamou que Deus fora o Redentor de Israel desde o deserto (Sl. 78:35). Só o Senhor é Redentor. Redentor é aquele que redime. Que paga o preço de resgate (Hb.9:14). Preço impagável por qualquer quantia ou esforço humano (Sl. 49:8).

c) Reconhecer (e aceitar) o Senhor como rocha e redentor é o ponto de partida para comunhão mais íntima. Somente Ele é a verdadeira rocha, e somente Ele é o verdadeiro redentor. Um coração redimido está apto a navegar em profundidades maiores.

Conclusão

O ensino fundamental deste trecho bíblico é que podemos e devemos agradar inteiramente ao Senhor. Busquemos em Deus um coração grandemente tocado pela excelência da Sua Palavra. Só a Palavra de Deus pode nos tornar sensível à vileza do pecado e ao perigo que se corre por causa dele, isso se o praticarmos.

Em Cristo

domingo, 8 de novembro de 2009

CARTA A FILEMON

Carta a Filemon
Esta carta provavelmente foi escrita no mesmo ano que a carta aos Colossenses (62 d.C.). Esta foi levada por Tíquico (Cl. 4:7) e Filemon foi levada pelo próprio Onésimo.
Conforme Cl 2:1 Paulo não tinha estado pessoalmente nesta igreja. Nesta época Paulo estava preso em Roma, e contava com mais ou menos 60 anos de idade.
A escravidão era algo tão normal nessa época e ninguém pensava em aboli-la; o escravo era considerado como uma ferramenta viva, não uma pessoa.
Paulo usa do amor de/em Cristo para levar Onésimo ao conhecimento do Evangelho. Consequentemente leva Filemon dar-lhe o devido perdão, também conforme o Evangelho. Paulo age mais como um pai, dessa forma não faz uso de sua autoridade apostólica (vv. 8,9); o que é diferente do visto em Colossenses (Cl. 1:1).
1. A igreja
Para que a igreja desenvolva sua missão é necessário que ela esteja sujeita a alguns requisitos.
1.1. À sua frente tem que ter um homem com ministério
Paulo fala de Arquipo – “Atenta para o ministério que recebeste do Senhor” (Cl. 4:17; cf. Fl. 1:2).
O pastor como apascentador e mestre (Ef. 4:11), está à frente da igreja para que junto com os outros ministérios, levar a igreja ao “aperfeiçoamento, edificação e unidade” (Ef. 4:12-13).
Podemos ver isto em Timóteo e Tito:
Em Éfeso, Timóteo é exortado a defender a igreja das doutrinas falsas, ensinar e levar a igreja a viver “no amor, com um coração puro, uma boa consciência e a fé não fingida” (1 Tm 1:5);
Tito é deixado em Creta “para que pusesses em boa ordem o que ainda resta” (Tt. 1:5).
O pastor deve comunicar todo o conselho de Deus objetivando que o bem de Cristo seja notório a todos (Fl.1:6). Esse é um modelo deixado pelo próprio Cristo: “Ensinado-as (processo do ensino) a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado [...]” (Mt. 28:20 - inserção minha).
1.2. A igreja deve estar (continuamente) preparada para diversas situações
A igreja com um ministério profícuo torna-se cada vez mais preparada para lidar com situações diversas
O ensino gera profundeza de caráter e generosidade de alma, é através do ensino que o cristão descobre a sua parte no Corpo de Cristo e atua dentro da vocação ou dom que possui. Isto é muito bem visto no ministério de Cristo. Os Discípulos atuaram conforme a vocação e dons recebidos.
Paulo escrevendo a carta a Filemon diz: “Oro para que a comunicação da tua fé seja eficaz no conhecimento...” (Fl. v. 6). A correta comunicação da fé traz benefícios que enriquecem todos os que ouvem. Na carta aos Colossenses Paulo fala sobre algumas coisas indispensáveis a ser comunicada para todo cristão (Cl. 3:12-14):
a) Compaixão: a manifestação de sentimentos ternos e compassivos, em desejos e atos;
b) Benignidade: denota um espírito amigável e ajudador que procura suprir as necessidades dos outros;
c) Humildade: é o reconhecimento da própria fraqueza, mas também do poder de Deus;
d) Mansidão: é a qualidade de manter os poderes da personalidade sujeitos à vontade de Deus, mediante o poder do Espírito Santo;
e) Longanimidade: denota a mente que se controla um longo tempo antes de agir, sofre injustiças ou passa por situações desagradáveis, sem vingança ou retaliação, mas com a visão ou esperança de um alvo final;
f) Amor: “vínculo da perfeição”. Vínculo é aquilo que mantém duas coisas unidas.
O Apóstolo Pedro fala mais ou menos das mesmas qualidades em sua 2ª carta 1:4-8, exortando que estas coisas devem ser acrescentadas à Fé que deve ser acompanhada de virtudes.
1.3. A igreja em condição de perdoar
A igreja tem a responsabilidade de mostrar pelos atos o que prega. O amor e a fé devem ser mostrados através do serviço cristão (v. 5-11). Conforme o v.7 Paulo traz a tona o resultado da comunicação do Evangelho, ressaltando que o amor produz gozo e consolação, e que quando o coração dos santos é reanimado está pronto para o trabalho e até mesmo o sofrimento – não devemos esquecer das coisas que fizemos para Deus, que causaram impacto e mudança na vida de outros (10-11).
Em Filipenses 1:9,11 lemos “Esta é minha oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção... cheios do fruto de justiça” o amor deve “aumentar mais e mais”, isto é, através do amor a igreja é conduzida de modo ininterrupto pelo caminho do crescimento, neste caso nas relações uns com os outros e com o mundo, conduzindo pelo caminho do discernimento, isto é, pela percepção espiritual, relativa a aplicação prática (Fp. 1:9).
2. O poder do Evangelho
2.1.
Quem era Onésimo
O v. 11 diz que Onésimo foi inútil. Sendo escravo e fugitivo restava-lhe, pelos meios da época, unicamente a pena de morte. Paulo arriscou a própria vida ao acolher Onésimo e não entregá-lo para o devido castigo.
A igreja deve ser capaz de entender as necessidades espirituais do pecador não arrependido. A situação de Onésimo como fugitivo era muito difícil, mas Paulo consegue, através do Evangelho, resolver a situação espiritual, moral e de escravo de Onésimo.
Onésimo, como fugitivo, estava moralmente decaído e além de tudo tinha causado prejuízos ao seu senhor, possivelmente furto. O Evangelho não faz as coisas por metade. Onésimo tinha uma dívida com seu senhor, e isto tinha de ser resolvido. Por mias que sentisse receio em voltar ao seu senhor, Paulo com amor de pai resolve o problema, intercedendo por Onésimo e mostrando que se tornara um homem de confiança, e afirma que podia lançar em sua própria conta a dívida (cf v. 18). Quando o homem se chega para Deus os problemas são resolvidos, Deus dá soluções.
O poder de redenção do Evangelho é visto nas seguintes afirmações: “Muito útil... servisse... irmão amado” (vv. 11,13,16). Onésimo, após ser gerado na prisão tornou-se “útil, servidor”. Paulo, ao mesmo tempo em que apela ao sentimento cristão de Filemon, coloca Onésimo na responsabilidade de corresponder como “irmão”. A posição de irmão evoca responsabilidades e bênçãos, ou seja, se por um lado a igreja tinha o dever de perdoar Onésimo, por outro, Onésimo tinha o dever de dar fruto de que nasceu de novo. Paulo mostra a grandeza do perdão, visto que o perdão sempre nos conduz por uma solução pela redenção em Cristo, e essa solução gera frutos.
“Venho interceder por meu filho Onésimo, que gerei quando estava na prisão” (v. 10). Paulo diz que foi o instrumento para conversão de Onésimo. O ato de ‘gerar espiritualmente’ consiste em fazer nascer. Envolve evangelismo e ensino. Paulo chama-lhe de filho – isto transmite a ideia de dores de parto (veja Gl. 4:19), e significa que Paulo esforçou-se de forma profunda, levando Onésimo a entender a essência do Evangelho. Dessa forma o poder do evangelho reacende em Onésimo uma esperança a muito abandonada. Tudo isso por que luz a do Evangelho vai entrando em seu interior e revela-lhe a condição de pecador e mostra que essa condição pode ser mudada, mediante a nova vida em Cristo.
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Em Cristo
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